JOHN LENNON,QUE FARIA 81 ANOS HOJE,EXPLICOU MOTIVO DE DEVOLVER TÍTULO DE CAVALEIRO À RAINHA EM ENTREVISTA INÉDITA
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John Lennon, que faria 81 anos hoje, explicou motivo de devolver título de cavaleiro à rainha em entrevista inédita
Se não tivesse sido assassinado em 1980, John Lennon completaria 81 anos neste sábado. John era o beatle sarcástico, cerebral, revoltado, que não se esquivava das polêmicas — o que fez muitos fãs, mesmo 50 anos após sua morte, ainda celebrarem seu aniversário nas redes. Até pela sua morte precoce, há ainda muito o que se descobrir sobre Lennon, que permanece relevante.
Descobertas recentemente em um porão de uma casa de Los Angeles, fitas com entrevistas inéditas do ex-beatle feitas entre 1969 e 1970 estão sendo vistas como um tesouro para entender melhor a sua personalidade. A Omega Auctions, de Londres, leiloou no último 28 de setembro o material com mais de 90 minutos (o valor não foi divulgado). Em conversa com o jornalista canadense Ken Zeilig, ele fala sobre sua filosofia de vida, o fim dos Beatles , o amor por Yoko Ono e o poder de corrupção da fama. Até agora foram divulgados apenas cinco minutos do total.
Entre os momentos divulgados, um dos pontos altos é quando Lennon explica por que ele devolveu em 1969 seu título de cavaleiro dado pela monarquia britânica. “(Foi) Um protesto contra o envolvimento da Grã-Bretanha em Biafra e na Nigéria, e sobre o apoio moral e verbal da Grã-Bretanha aos Estados Unidos no Vietnã. Tive de escrever três cartas: uma para a rainha, uma para [o primeiro-ministro] Harold Wilson e uma para ... alguma coisa relacionada à Chancelaria.”
Lennon admite que foi "hipócrita" ao aceitar o título.
As celebrações do aniversáro do ex-Beatle acontecem pouco mais de um mês após as comemorações dos 50 anos de "Imagine", uma de suas mais famosas composições, lançada em 9 de setembro de 1971. Para marcar a data, o verso “Imagine all the people living life in peace” (Imagine todos vivendo em paz) foi projetado no Parlamento e na Catedral de St. Paul, em Londres, e na Times Square, em Nova York. A projeção também foi realizada em Berlim, Tóquio e Liverpool, cidade natal do ex-Beatle.
“John amaria isso. ‘Imagine’ incorporava o que acreditávamos naquela época”, disse a artista japonesa Yoko Ono, viúva do cantor e compositor, em comunicado divulgado ontem. “Ainda estamos juntos hoje e ainda acreditamos. Esse sentimento é tão importante agora como era na época que a canção foi lançada.”
Vigiado pelo FBI
Se hoje as pessoas reclamam da vigilância eletrônica sobre suas opiniões, há que se lembrar que, nos anos 70, o beatle duramente foi investigado pelo FBI por suas posições antimilitaristas e esquerdistas. E esteve, durante anos, sob a ameaça de ser deportado dos EUA — como tantos imigrantes por lá hoje. Um dos poucos artistas do rock de sua época cujo ativismo político foi consistente — do bed-in com Yoko (contra a Guerra do Vietnã) e o apoio aos Panteras Negras às críticas sociais de “Working class hero” —, Lennon pagou o preço.
Pode-se tentar imaginar o que John Lennon estaria fazendo e pensando aos 80 anos. Talvez admirasse os jovens progressistas de 2020, talvez apreciasse as redes sociais — ou tivesse muitas críticas a tudo. Mas pode ser ainda que repetisse o conselho do Lennon fictício, velhinho e anônimo, do filme “Yesterday” (2019), passado numa realidade paralela em que ele e Paul nem chegaram a montar os Beatles: “Diga a verdade a todo mundo que você conhece.”
Fonte:https://oglobo.globo.com/cultura/musica/john-lennon-que-faria-81-anos-hoje-explicou-motivo-de-devolver-titulo-de-cavaleiro-rainha-em-entrevista-inedita-25231383
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